O capitalismo como religião
um diálogo entre Walter Benjamin e Giorgio Agamben
Resumo
O artigo realiza uma abordagem acerca do capitalismo como religião, estabelecendo um diálogo entre a obra de Walter Benjamin e Giorgio Agamben. O problema que orienta a investigação pode ser assim sintetizado: em que medida o capitalismo, por meio de aparatos muito semelhantes aos da religião, tem se apresentado, na atualidade, de modo a ultrapassar o seu caráter meramente econômico para afetar, de forma direta, a maneira com a qual as pessoas se relacionam entre si e com os objetos ao seu redor? Para responder ao problema de pesquisa, o artigo, perspectivado pelo método fenomenológico, apresenta as principais características dessa “religião cultual”, como forma de explicar a sociedade atual e apresentar os presentes aparatos estéticos como resquícios de períodos míticos anteriores, mas que ainda ocupam espaço importante nas estruturas modernas e pós-modernas. Apresenta-se, por fim, a tarefa política da profanação – tal qual delineada pela filosofia agambeniana – como grande desafio da contemporaneidade.
Referências
AGAMBEN, Giorgio. Profanações. Tradução: Selvino J. Assmann. São Paulo: Boitempo, 2007.
AGAMBEN, Giorgio. “Deus não morreu. Ele tornou-se Dinheiro”. Entrevista com Giorgio Agamben. Instituto Humanitas UNISINOS. 2012. Disponível em:
BAUMAN, Zygmunt. Capitalismo parasitário. Tradução: Eliana Aguiar. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2010.
BAUMAN, Zygmunt. Vida para consumo: A transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.
BENJAMIN, Walter. O capitalismo como religião. Tradução: Nélio Schneider. São Paulo: Boitempo, 2013.
BÍBLIA ONLINE. Bíblia. Disponível em:
CALVINO, João. As institutas: tratado da religião cristã. Disponível em:
CHEVALLIER, Jacques. O Estado pós-moderno. Tradução: Marçal Justen Filho. Belo Horizonte: Fórum, 2009.
FOUCAULT, Michel. A verdade e as formas jurídicas. 3. ed. Rio de Janeiro: Nau, 2002.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. Organização, Introdução e Revisão Técnica de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Graal, 1979.
HARDT, Michael; NEGRI, Antonio. Império. Rio de Janeiro: Record, 2001.
LÖWY, Michel. O capitalismo como religião. Folha de São Paulo. 18 de setembro de 2005. Disponível em:
MARRAMAO, Giacomo. Cielo e terra. Genealogia dela secolarizzazione. Roma: Bari, 1994.
PELBART, Peter Pál. O avesso do niilismo: cartografias do esgotamento. 2. ed. São Paulo: n-1 edições, 2016, p. 27.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Se Deus fosse um ativista dos direitos humanos. São Paulo: Cortez, 2013.
SVENDSEN, Lars. Moda: uma filosofia. Tradução: Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2010.