O capitalismo como religião

um diálogo entre Walter Benjamin e Giorgio Agamben

  • Alfredo Copetti Neto Universidade do Vale do Rio dos Sinos
  • José Ricardo Maciel Nerling Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
  • Maiquel Angelo Dezordi Wermuth Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
Palavras-chave: Capitalismo, Religião, Consumo

Resumo

O artigo realiza uma abordagem acerca do capitalismo como religião, estabelecendo um diálogo entre a obra de Walter Benjamin e Giorgio Agamben. O problema que orienta a investigação pode ser assim sintetizado: em que medida o capitalismo, por meio de aparatos muito semelhantes aos da religião, tem se apresentado, na atualidade, de modo a ultrapassar o seu caráter meramente econômico para afetar, de forma direta, a maneira com a qual as pessoas se relacionam entre si e com os objetos ao seu redor? Para responder ao problema de pesquisa, o artigo, perspectivado pelo método fenomenológico, apresenta as principais características dessa “religião cultual”, como forma de explicar a sociedade atual e apresentar os presentes aparatos estéticos como resquícios de períodos míticos anteriores, mas que ainda ocupam espaço importante nas estruturas modernas e pós-modernas. Apresenta-se, por fim, a tarefa política da profanação – tal qual delineada pela filosofia agambeniana – como grande desafio da contemporaneidade.

Biografia do Autor

Alfredo Copetti Neto, Universidade do Vale do Rio dos Sinos

Pós-Doutorado na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS/PDJ-CNpq, 2014). Doutorado em Teoria do Direito e da Democracia pela Università degli Studi Roma Tre (UNIROMATRE, 2010, Revalidado UFPR). Mestrado em Direito Público (Filosofia do Direito) pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS, 2006). Atualmente é editor da Revista do Instituto de Hermenêutica Jurídica (ISSN 1678-1864). Membro pesquisador do grupo Estado e Constituição, do CNPq. Professor Visitante na Universitá di Roma (La Sapienza). Professor Adjunto de Teoria do Direito da Universidade Estadual do Paraná (UNIOESTE). Professor do Centro Universitário das Cataratas (UDC). Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Teoria do Direito, Garantismo Jurídico e Direito Econômico. Atua principalmente nos seguintes temas: Garantias Constitucionais, Direitos Fundamentais, Democracia Substancial e Direito Econômico com ênfase na Análise Econômica do Direito (Law and Economics) (OAB-RS). Lattes: <http://lattes.cnpq.br/6336504347602827>.

José Ricardo Maciel Nerling, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

Mestrando em Direito no Programa de Mestrado em Direitos Humanos da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), beneficiário de Taxa Integral CAPES, sob orientação de Maiquel Angelo Dezordi Wermuth e co-orientação de Alfredo Copetti Neto. Graduado em Direito pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ). Bacharel em Teologia pela UNINTA. Advogado (OAB-RS). Lattes: <http://lattes.cnpq.br/6079888190583839>.

Maiquel Angelo Dezordi Wermuth, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

Doutor em Direito Público pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Professor do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ). Professor dos Cursos de Graduação em Direito da UNISINOS e da UNIJUÍ. Editor-chefe da Revista Direitos Humanos e Democracia. Líder do Grupo de Pesquisa Biopolítica e Direitos Humanos (CNPq). Coordenador da ReDiHPP (Rede de Pesquisa em Direitos Humanos e Políticas Públicas). Lattes: <http://lattes.cnpq.br/0354947255136468>.

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Publicado
2018-06-25
Seção
DOUTRINAS